18 de out. de 2010

14 de out. de 2010

Dilma ainda lá!

Por Juarez Guimarães*
13 de outubro de 2010

Por que houve uma inflexão no crescimento de Dilma e o contrário ocorreu com Serra e Marina? Por Juarez Guimarães. Foto: Roberto Stuckert Filho

Por Juarez Guimarães*

Não se deve nem é preciso confiar nos números da primeira pesquisa do Datafolha no segundo turno para se concluir que o favoritismo de Dilma está sob disputa e que sua vitória depende do que a sua campanha e a de seu adversário fizerem.

É preciso, pois, adquirir e partilhar com os brasileiros e brasileiras a consciência da situação dramática deste segundo turno das eleições presidenciais. O que está longe de significar um desfecho necessariamente infeliz ou trágico. Isto quer dizer simplesmente que todas as conquistas sociais e do trabalho, democráticas e de soberania nacional construídas nestes últimos oito anos estão em risco. Serra só pode vencer se a razão liberal conservadora, cobrindo um arco de interesses e vontades que vão até a intolerância mais brutal, de cores proto-fascistas, triunfar.

Sem esta consciência dramática não se pode vencer. Porque o gesto, a fala, a palavra e o sentimento estarão aquém do necessário, não terão suficiente força e capacidade de persuasão. É preciso, então, que esta consciência dramática se expresse através de uma lucidez apaixonada que faça um diagnóstico realista do desafio e proponha um caminho para vencer.

A disputa de narrativas – A melhor referência analítica destas eleições está no gráfico de curvas de tendências eleitorais, elaborado a partir de pontos médios de pesquisas publicadas ( CNT/Sensus, Vox Populi, Datafolha e Ibope), que vem sendo atualizado desde o início do ano e editado na revista CartaCapital. Elaborada pelo cientista político mais reconhecido na área e professor do Iuperj, Marcos Figueiredo, esse gráfico de curvas de tendências eleitorais apresenta duas grandes virtudes: dilui eventuais manipulações e imprecisões de pesquisas em médias do conjunto de pesquisas; permite acompanhar tendências de evolução, evitando avaliações impressionistas a cada momento.

De acordo com este gráfico de tendências eleitorais, a cena destas eleições pode se dividir em duas até agora: até os inícios de setembro e dos inícios de setembro até aqui. Em síntese, este gráfico nos diz o seguinte: até os inícios de setembro, Dilma Roussef vinha em um crescimento sustentado e amplamente majoritário, com Serra caindo para cerca de ¼ do eleitorado e Marina Silva sempre abaixo de 10 %; desde então, Dilma parou de crescer,estacionou durante um tempo, deu indicações de uma queda leve para, na véspera das eleições, perder alguns pontos que a levaram ao segundo turno; neste mesmo período, Serra deixou de cair e começou lentamente a subir até atingir quase um terço dos votos úteis e Marina começou a indicar tendências de crescimento, para, em seguida, disparar até 1/5 dos votos úteis nos dias finais do primeiro turno.

O que ocorreu? O que divide um período do outro? Por que houve uma inflexão no crescimento de Dilma e o contrário ocorreu com Serra e Marina?

Há uma explicação clara para este fenômeno. Até os inícios de setembro, predominou a narrativa da continuidade do governo Lula (“Continuar as mudanças”), que era expressa sobretudo pela transmissão da altíssima popularidade do governo Lula a Dilma, mas também pela queda de Serra e pelo caráter minoritário ou secundário da candidatura Marina. De lá para cá, veio sendo construída pela candidatura Serra, com apoio da mídia empresarial, a narrativa liberal-conservadora anti-petista e centrada em toda sorte de preconceitos e calúnias contra Dilma.

No primeiro período, que vai até inícios de setembro, a candidatura Serra estava politicamente desestabilizada: a linha do marketing político “O Brasil pode mais”, que alternava a crítica e a indiferenciação com o governo Lula, retirava votos de Serra até na sua cidadela paulista. Com caminho livre para sua ascensão, sem encontrar uma barragem de oposição, Dilma pode se alimentar do crescente conhecimento da população, ampliado pelo horário gratuito na TV, do apoio de Lula a ela.

Nos inícios de setembro, a linha dominante na campanha de Serra , então em crise aguda, mudou: ela passou claramente a adotar a estratégia proposta apor Fernando Henrique Cardoso desde o início do ano. Isto é, associar, de forma virulenta, o governo Lula, o PT e a candidatura Dilma a uma instrumentalização ilegítima do Estado, à corrupção, e às ameaças à liberdade e aos valores religiosos.

Os meios para se promover esta mudança de agenda foram a forte concentração temática diária da mídia (revistas, jornais diários e principalmente o Jornal Nacional) somado à campanha de Serra e mais uma verdadeira avalanche de calúnias na Internet. A dramatização das ameaças encarnados pelo PT e pela candidatura Dilma criou um diálogo de elevação da figura de Marina, em uma dinâmica aliada para gerar o segundo turno.

Durante todo o mês de setembro, o longo tempo disposto à candidatura Dilma praticamente ignorou esta mudança da agenda da disputa política. Seria ingênuo supor que uma candidatura recentemente apresentada já desfrutasse de uma opção de voto de todo cristalizado e definitivo. Se a denúncia do pseudo-uso inescrupuloso da Receita Federal não parece ter tido impacto imediato, ajudou a criar uma nova agenda para a campanha. Já a denúncia de lobbies dos filhos da ex-ministra Erenice certamente teve mais impacto, abrindo uma brecha que começaria a crescer. O que parece ter ocorrido é que a certeza na vitória no primeiro turno na direção da campanha de Dilma, cada vez mais em risco nas pesquisas internas mas alardeada com força por analistas, criou a insensibilidade para a mudança de agenda e clima de campanha que estava em curso.

A ascensão de Marina aos 20 % de voto útil certamente combinou fontes variadas de apoio. Mas o mais importante é compreender que ele só ocorreu em meio a este clima negativo e de suspeição em torno à candidatura Dilma.

Esta nova agenda de campanha não foi capaz de apagar a anterior, a da continuidade ou ruptura com a dinâmica de mudanças do país criada pelo governo Lula, pois Dilma manteve, apesar de tudo, um alto índice de votos no primeiro turno. Mas agiu no sentido de se impor a ela ou neutralizá-la. Se isto for realmente conseguido neste segundo turno, Serra pode vencer as eleições. Seria um erro de interpretação desvincular a “disputa de biografias” proposta por Serra desta nova agenda de campanha: pelo contrário, a sua “biografia” é apresentada, em contraponto inteiramente à de Dilma, como a de um “homem de bem”. Da mesma forma, Dilma não pode ser eficientemente defendida sem lutar pela agenda da disputa política: é a sua representação do projeto do governo Lula que pode levá-la à vitória. Nenhuma calúnia pode ser ignorada ou deixar de ser respondida mas a capacidade persuasiva da resposta depende da desmontagem da nova agenda de campanha que tem em Serra o seu epicentro.

Por isso, é preciso superar a falsa dicotomia que pode aparecer: ou centrar na “linha política” da campanha ou na “biografia da candidata”. Na verdade, as duas questões são dependentes e configuradas, pois quanto mais capacidade de retomar a linha de campanha, maior potência para construir ou reconstruir a Dilma presidenta do Brasil.

Vamos, então, exercitar as respostas às três questões:

- como retomar no centro das eleições a agenda da continuidade ou retrocesso?

- como obstaculizar o crescimento em curso da candidatura Serra?

- como retomar o crescimento da candidatura Dilma presidenta?

A retomada da agenda da campanha – A soma do acerto no programa de televisão mais a força política da coligação Dilma mais a heróica e voluntariosa militância e cidadania ativa, inclusive na rede virtual, tem capacidade para recentralizar a agenda da campanha e colocar Serra, de novo, na defensiva. Mas, para isto ocorrer, é preciso reconectar, combinar, fazer dialogar já mensagem na TV, a militância ativa e a força política da coalizão. A candidatura Serra chegou no início deste mês de outubro com a força plena de sua estratégia, continuada e expandida após a conquista do segundo turno.

A recentralização da agenda da campanha passa por quatro linhas constitutivas simultâneas. É preciso concentrar nela, repeti-la por todos os ângulos, torná-la o centro da narrativa e sintetizador de todo o discurso e ação, Implica em literalmente correr atrás do tempo perdido, criando uma dinâmica ofensiva crescente, que pode se manifestar de forma plena ao final do segundo turno.

A primeira linha visa despertar, reforçar e agudizar a consciência dos brasileiros, das classes populares e das classes médias, de que FHC e Serra são duas caras da mesma moeda, são criador e criatura, unha e carne de um mesmo projeto. FHC e Serra escreveram juntos o manifesto neoliberal de fundação do PSDB; Serra foi durante oito anos ministro de FHC e indicado por ele para sucedê-lo; hoje, FHC, escondido ou quase apagado do programa Serra, é de fato quem dirige politicamente a sua campanha. Serra eleito é a turno de FHC de volta ao governo do país.

A segunda linha objetiva despertar, reforçar, agudizar a consciência dos brasileiros, das classes populares e das classes médias, do que poderia ocorrer com volta de Serra/FHC ao governo do país. Não se trata apenas de fazer uma comparação de governos com base em números frios. Quando FHC terminou seu segundo mandato, ele tinha o repúdio ( avaliações de ruim e péssimo) de cerca de dois terços dos brasileiros. É preciso documentar, de modo dramático, com fotos e documentos o que foi o Brasil nos anos noventa para o povo e para as classes médias. O eleitor de Serra precisará, cada vez mais, esforço para defender o seu voto e a conquista de novos eleitores será cada vez mais difícil.

A terceira linha buscaria despertar, reforçar, agudizar a consciência do sentido democrático e republicano do governo Lula contraposto aos anos de apartação social e conservadorismo político dos anos FHC. É preciso superar a visada economicista, incorporando aos feitos do governo Lula, em cada área, os valores e princípios que orientaram a sua construção: democracia ativa dos cidadãos e maior pluralismo político; direitos para quem trabalha e novos direitos para os pobres; reconstrução das funções públicas do Estado, inclusive na área ecológica, e combate inédito à corrupção; novos direitos para negros e mulheres; retomada da soberania nacional e novo diálogo internacional, pela paz e contra a pobreza e pelo acordo de sustentabilidade internacional.

A quarta linha é retomar, com uma perspectiva histórica, o novo futuro do Brasil democrático e republicano que será aprofundado com Dilma presidente. Do princípio esperança para a imaginação plena de um Brasil democrático, justo, soberano e sustentável. É com a clarificação deste futuro, com suas metas para cada área, que o trabalho de reconstrução de imagem e programa de Serra pode ser mais desmascarado. É preciso iluminar a grandeza histórica do que encarna a candidatura Dilma: é o melhor caminho para reconstruir a sua imagem pública tão violentamente atacada.

Estas quatro linhas simultâneas de construção do discurso compõe juntas uma narrativa que deveria ser estruturadora dos programas de televisão, combinada com a defesa da imagem pública de Dilma.

Serra para baixo e Dilma presidente – A desconstrução de Serra e a (re) construção da imagem de Dilma são processos simultâneos e combinados.

De modo sereno, mas com a indignação necessária, o movimento de calúnias contra Dilma deve ser publicamente cobrado da campanha de direita de Serra e politicamente caracterizado como incompatível com a democracia. Não pode ser um “homem de bem” quem estimula e tira proveito das calúnias, dos preconceitos contra os pobres, do fanatismo religioso para vencer. Esta estratégia tem a sua origem nos republicanos de direita dos EUA que a usaram contra Obama que foi chamado até de amigo dos terroristas, ofendido por racistas e por pretensos mensageiros da palavra de Deus, fundamentalistas religiosos. Sem esta abordagem política ofensiva, a defesa de Dilma será confundida com um movimento apenas defensivo e até legitimador desta prática da direita.

Elas deveriam ser publicamente refutadas em quatro tipos:

- a que a acusa de ser “bandida”, assaltante de bancos, por isso vetada nos EUA. O que está em jogo aqui é o papel democrático heróico de uma geração contra a ditadura militar, fundamental para a conquista da democracia.

- a que a acusa de ser contra a vida, contra a fé e o respeito às religiões, debochando de Deus ou Cristo. O que está em jogo aqui é o sentimento generoso cristão do projeto de Dilma, o fundamento do seu amor ao próximo, o seu respeito ao valor dos sentimentos de transcendência dos brasileiros.

- a que a acusa de ser sem experiência, corrupta ou conivente com a corrupção: o que está em jogo aqui é o sentido público da vida de Dilma como gestora exemplar e o seu papel no governo que, como pode e deve se demonstrar, mais combateu a corrupção na história do Brasil.

- a que acusa de ser sem palavra ou falsa ou sem valores: o que está em jogo aqui é a coerência e integridade de toda a sua vida, da luta contra o regime militar à construção de um novo Brasil democrático no governo Lula.

Com a disputa pela narrativa de sentido, pela agenda política da polarização, tudo passa a convergir para um centro estruturado de valores, idéias e personagens e realizações, promessas de futuro ou ameaças de crise. É neste centro de disputa, capaz de dialogar com a nova consciência democrática e republicana, das classes populares e das classes médias brasileiras, que Serra será derrotado e Dilma será eleita presidenta do Brasil.

*Juarez Guimarães é professor de Ciência Política da UFMG e autor de “A esperança crítica”, Editora Scriptum, 2007.

1 de out. de 2010

Para quem vai o voto negro?

Por Reginaldo Bispo
Coordenador do MNU

O tratamento dispensado por deputados, senadores, partidos e governo [leia Seppir] bancando e aprovando sem luta o Estatuto da Igualdade Racial do DEM, com a oposição da maioria das lideranças e do Movimento Negro Organizado brasileiro, coloca para negras e negros uma questão essencial: Porque deveríamos dar nosso voto aqueles que agem contra nossa vontade? Porque deveríamos favorecer a criação dessa empresa pessoal que é o mandato parlamentar? Por que deveríamos eleger deputados, senadores, governadores e presidentes, se os mesmos ignoram e desprezam as condições reais de vida e direitos da população negra, pobre e trabalhadora?

-O plano Nacional de Segurança Publica dos governos Lula/Serra/PMDB/PSB/DEM/PT está promovendo um verdadeiro genocídio da juventude Negra. Em cada 04 pessoas mortas pela policia, 03 são negros e estão na faixa de 15 a 24 anos e 01 vitima é branca, se encontrando em uma faixa etária elástica, de mais de 60 anos.

-A titulação das Terras Quilombolas foi irrisória nos últimos 08 anos. O Inesc acaba de divulgar relatório no qual denuncia que nos últimos 05 anos, foram gastos menos de 20% da verba orçada para as titulações, em um frontal desrespeito e pouco caso com as populações negras tradicionais. Entre janeiro de 2008 e junho de 2010, o governo federal titulou apenas 02 quilombos no RS, segundo o mesmo relatório, não suplantando 60 as titulações do governo Lula, dos quase 5000 quilombos em todo o Brasil.

-Recentemente a mídia divulgou que 72% das quase quarenta mil vítimas de trabalho escravo, no campo e na cidade, são negros. Isto espelha a violência e o atraso que vive nosso povo, vitimas da ganância de ruralistas e capitalistas criminosos neste país. Qual o papel de políticos e de juízes nesta questão. Recentemente a senadora Kátia Abreu do DEM-GO, parceira do Demóstenes Torres, defendeu publicamente os modernos escravistas.

-A Lei 10.639 não é implementada por falta de interesse político dos governos federal, estaduais e municipais. O que fazem vereadores, deputados e senadores?

-O Plano Nacional Contra a Discriminação Religiosa foi engavetado pelo governo, a pedido de evangélicos. Que tem pra nos dizer sobre isso a candidata Dilma?

-As cotas para negros, nas universidades, no serviço publico, na propaganda e nos partidos políticos, estão ameaçadas com a ADIN – Ação Direta de Inconstitucionalidade do DEM/PMDB, e com a Sanção do Estatuto da igualdade Racial pelo presidente Lula. O que farão deputados, senadores, o governo e os ministros do STF, sobre a questão?

-O racismo é mantido como uma arma para embarreirar as oportunidades de trabalho, melhores posições e salários, moradia, saúde, educação e condições de vida para negras e negros. Que tem a dizer sobre isso os candidatos?

O voto no Lula e no Serra em 2002 e 2006, não melhorou a vida dos negros, da população pobre e trabalhadora. Ao contrario, carreou verdadeiras fortunas para as montadoras de carros, para os banqueiros, para a indústria de eletro-doméstico e para os ruralistas. Sem duvida, melhorando a vida dos políticos, dos empresários, dos altos funcionários dos poderes executivo, legislativo e judiciário. Aumentando as distancias e as desigualdades entre os mais ricos e a população mais pobre. É só observar que o dinheiro compra menos a cada mês.

Qual o programa de governo interessa aos segmentos populares e marginalizados da População? Que democracia quer os trabalhadores e os pobres do Brasil, o direito de votar e passar necessidade? Ou a democratização das decisões, acabando com o fórum privilegiado para militares, policiais militares, políticos, juízes e governantes corruptos? Revogando mandatos, e mandando para a prisão os ladrões do dinheiro do povo e os sonegadores, e os funcionários público civil ou militar que cometam crimes contra o cidadão desarmado.

-A reforma Agrária, um dos maiores tabus no Brasil beneficia a população do campo e da cidade. Porque o governo não a implementa? Porque em 08 anos assentou apenas 1/3 do prometido? Seriam os camponeses pobres prioridade do governo? Estariam eles interessados no bem estar daqueles brasileiros e no barateamento dos preços dos alimentos? E Quanto a questão do tamanho da propriedade da terra ter no máximo 1000 hectares, uma luta antiga dos Companheiros do MST, para uma efetiva Reforma Agrária e Urbana, pois a segunda e consecutiva da efetiva produção da primeira questão, a desconcentração de terra no Brasil.

A Regularização Fundiária dos Territórios Negros Urbanos sejam Quilombolas ou de Matriz Africana, é um desafio para consolidação de uma visceral transformação e mudança social nos grandes centros urbanos

-A corrupção na política financia e inflaciona as campanhas eleitorais, custando muito caro ao povo. Reduz a capacidade de investimentos, a quantidade e a qualidade dos serviços públicos oferecidos a população. Inviabilizam as candidaturas de lideranças populares, impedindo-os de participar do pleito de defendendo projetos populares. Qual a Reforma Política e Eleitoral quer o povo para o Brasil? Defendemos o financiamento público de campanha com cotas para as representações negras políticas como forma de Reparação ao Povo Negro no Parlamento Brasileiro, e com rígidos mecanismos de controle social e com base nos direitos civis, sociais, econômicos e políticos da população negra do país que representa mais de 50% da população brasileira.

-No Brasil, quem paga imposto é assalariado. O imposto de renda é descontado do salário, não há como fugir do leão. Os impostos sobre todo tipo de produtos, pesam mis no bolso do trabalhador que do empresário e do rico. Quanto mais risco, menos impostos. Os ricos gastam seu dinheiro com supérfluos, produtos importados, aquisição de patrimônio, carrões, artes e viagem ao exterior. Geralmente não pagam impostos sobre essa acumulação e consumo. Os pobres por seu turno, não tem opção, pagam antecipado. O imposto é a forma de transferir renda e diminuir a pobreza. Que reforma tributária queremos para esse país se tornar mais justo, com todo seu povo?

-A política econômica do governo convoca o povo ao endividamento e ao consumo, contraditoriamente, aumenta os juros para barrar o mesmo consumo. Ainda que muitos estudos de órgão competentes como o IPEA e o DIEESE expressem uma melhora sensível nos indicadores sociais brasileiros, quanto ao aumento de renda, poder de compra, geração de empregos, grande parte, são resultados de políticas de transferência de renda, as quais resolvem parte do problema, muitas vezes utilizando os programas de governo para fins essencialmente eleitoreiros.

Aumentando a corrupção e os currais eleitorais e coligações cada vez mais espúrias para de manutenção do status-quo e de dominação econômica por parte dos grandes concentradores da renda no campo de na cidade.

O Brasil não possui um projeto de política de desenvolvimento para contemplar a inclusão com trabalho e salários decentes o seu povo. Promovendo justiça social, igualdade, distribuição de renda e boas condições de moradia, saúde, educação, saneamento, transporte a toda a população. Ao contrario disso, é cada vez maior a diferença entre ricos e pobres.

-A justiça no Brasil é lenta, parcial e cara, coisa de rico. De quem tem dinheiro e bons advogados. O pobre mofa na prisão por pequenos delitos. A justiça, a política, e a economia no Brasil estão voltadas para favorecer as classes privilegiadas, seus agregados e gerentes. Os juízes (como os políticos) definem seus próprios salários, seus cargos são vitalícios, decidem sempre a favor dos poderosos. É preciso democratizar a justiça com controle da sociedade. Que Justiça quer nosso povo?

-As elites brasileiras são as mais nefastas do mundo. Só pensam em explorar os recursos naturais do país e seu povo, transformando o resultado disso, em enriquecimento pessoal. Agora mesmo, atuam para aprovar uma lei que violenta e degrada os recursos naturais e a preservação dos rios e das matas. Comprometendo a natureza e o planeta para as próximas gerações, em nome de lucros coorporativos sem nenhum beneficio social. A poucos meses o congresso legalizou milhares terras publicas griladas por latifundiários e seus jagunços, com a expulsão e assassinatos de trabalhadores sem terra, índios e quilombolas.

-O Brasil e suas elites não estão interessados em um projeto de nação que beneficie e faça crescer os direitos e a melhoria das condições de vida do povo e dos direitos da cidadania. Continuam concentrar seus projetos no enriquecimento das elites, veja a polemica recente sobre a exploração do pré-sal, que as elites e os políticos preferem entregar aos interesses privados e as empresas estrangeiras, com as quais mantém seus contratos, de modo a beneficiar-se, a empregar esses recursos em políticas que beneficiem todo o povo brasileiro. Qual projeto Político de Nação queremos para o país?

Esses são alguns pontos que suscitam a reflexão dos brasileiros neste momento eleitoral. Que candidato, ou candidatos, a deputado, senador, governador e presidente se comprometeria com essas questões que serão determinantes para o futuro do país de nossos filhos e netos?

As eleições passam, o racismo, a opressão, a violência e a miséria permanecem. É nossa responsabilidade pensar no legado que deixaremos para as futuras gerações, ou deixamos que os espertos e oportunistas se locupletem das riquezas da nação e de todo o povo? Os políticos e os partidos se comprometem com o que? Como? Mereceriam nossos votos? Reginaldo Bispo-Coordenador Nacional de Organização do MNU -Movimento Negro Unificado